O Vodun Ewá é uma bela virgem que entregou o seu corpo jovem a Heviosô, marido de Oyá, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas inalcançáveis, sob a proteção de Aguê, e tornou-se uma guerreira valente e caçadora habilidosa. Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu.
Em África, o rio Yewá é a morada desta deusa, mas a sua origem gera polêmica. Há quem diga que, tal como Bessen, Nanã, Xapanã e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi, foi assimilada pelos Iorubas e inserida no seu panteão. Havia um Vodun feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Vodun estava concentrada numa cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina.
Ewá teria o mesmo significado de Dan ou uma das suas metades – A outra seria Bessen. Existem no entanto, os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô, sendo originária na cidade de Abeokutá. Estes, certamente, por desconhecer o panteão Jejê – No qual o Vodun Ewá, seria o correspondente da Ewá dos Nagô .
Ewá foi uma cobra muito má e por isso foi mandada embora. Acabou por encontrar abrigo entre os Iorubas, que a transformaram numa cobra boa e bela, – A metade feminina de Bessen. Por esse motivo, Bessen e Ewá, em qualquer ocasião, dançam juntos.RI RÓ EWÁ!!!
NAVÊ
Navê é a divindade do rio de mesmo nome que corre na Nigéria, em Ijexá e Ijebu. As mulheres que desejam ter filhos dirigem-se a Navê, pois ela controla a fecundidade, graças aos laços mantidos com Ìyámi-Ajé ("Minha Mãe Feiticeira").
Navê é chamada de Ìyálóòde (Ialodê), título conferido á pessoa que ocupa lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre a água doce, sem a qual a vida na terra seria impossível.
Navê é responsável por todos os órgãos femininos, e também pela gestação da criação.
Ela é dona da vaidade, do ouro, das cachoeiras, também podendo de adquirir o título também de dona da ambição.
Más enfim, Navê é todo o carisma, toda elegância, toda maternal, etc.
Para Navê devemos elevar todos os nossos louvores e admiração, todo o nosso amor e muitas flores !!!
ORÁ YÊ YÊU OXUM! ORÁ YÊ YÊU NAVÊ!
BOCERAJÁ
Bocejará é filho de Aguê e Navê, cujo o culto se faz ainda, mas raramente, em Ilexá, onde parece estar em vias de extinção. No Brasil, Bocerajá tem, entretanto, numerosos adeptos. Esse deus tem por particularidade viver seis meses do ano sobre a terra, comendo caças junto ao Pai (Aguê), e outros seis meses sob as águas de um rio, junto com a Mãe (Navê) comendo peixes. Ele seria, também alternadamente do sexo masculino, durante seis meses, e do sexo feminino nos outros seis meses.
Bocejará é o Vodun da riqueza e da fartura.
Deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos voduns do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais. Caçador habilidoso e príncipe soberbo, Bocejará reúne os domínios de Aguê e de Navê, e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.
Bocejará é um Vodun de contradições; nele os opostos alternam, é o deus da surpresa e do inesperado.
Bocejará é o verdadeiro príncipe no candomblé!
LOCI LOCI LOGUN! LOCI BOCEJARÁ!!!