BARÁ - GUN

BARÁ

    Bará  é  um  Vodun   ou um  ebora  de múltiplos  e  contraditórios  aspectos,  o  que torna  difícil   defini-lo de  maneira coerente.  De  caráter  irascível,  ele  gosta  de  suscitar  dissensões   e disputas.
      É  astucioso,  grosseiro, vaidoso,  indecente,  e  tal ponto  que  os  primeiros  missionários,  assustados  com  essas  características,   compararam-no  com  o Diabo,  dele  fazendo  o  símbolo de tudo  o  que  é  maldade,  perversidade,  abjeção,  ódio,  em  oposição  a  bondade,  a  pureza,  a  elevação  e ao amor  de Deus.
     Entretanto,  Bará  possui o  seu  lado  bom  e,   se  ele  é  tratado  com  consideração,  reage  favoravelmente,   mostrando-lhe  serviçal  e  prestativo.  Se,  pelo  contrário,  as  pessoas se  esquecerem  de  lhe  oferecer  sacrifícios  e oferendas,  podem  esperar  todas  as  catástrofes.  Bará   revela-se,   talvez,  desta maneira o  mais  humano  dos  Voduns,  nem  completamente mau,  nem  completamente  bom.
     Ele tem  as qualidades  dos  seus  defeitos,  pois é  dinâmico  e jovial,  constituindo-se,  assim, um  Orixá  protetor,  havendo  mesmo  pessoas  na  África  que  usam orgulhosamente nomes  como  Èsùbýìí   (“conhecido por Exu”), ou  Èsùtósìn  (“Exu  merece ser adorado”).
     È  Bará  que  supervisiona  as  atividades  do  mercado do  rei em  cada cidade:  o de  Oyó  é  chamado  Èsù Akesan.
     Como  Vodun,  diz-se que  ele veio ao mundo  com  um porrete, chamado  de Ogó,  que  teria  a propriedade  de transportá-lo,  em algumas  horas, a centenas  de quilômetros  e  de  atrair,  por um poder  magnético,  objetos situados  a distâncias igualmente grandes.
     Bará  é  o  guardião  dos  templos,  das  casas,  das  cidades  e  das  pessoas.  É   também   ele  que  serve de  intermediário   entre  os homens  e  os deuses.  Por  essa  razão  é  que  nada  se  faz  sem  ele  e  sem  que oferendas  lhe  sejam  feitas,   antes  de  qualquer outro Bará, para  neutralizar  suas  tendências  a  provocar   mal-entendidos  entre  os  serem  humanos  e  em suas relações  com  os  deuses e,  até mesmo,  dos  deuses  entre  si.

ALAROIÊ EXÚ! EXÚ É MOJUBÁ!!!

GUN

  Gun,  como  personagem  histórico,  teria sido  o filho mais  velho  de Odùduà, o  fundador  de Ifé.  Era  um  temível  guerreiro  que  brigava  sem  cessar  contra  os  reinos  vizinhos.
     Como  Vodun,  Gun  é  o  deus  do ferro,  dos ferreiros  e  de  todos  aqueles que utilizam  esses  metal:  agricultores,  caçadores,  açougueiros,  barbeiros,  marceneiros,  carpinteiros, escultores  e  etc...
      Ogum,  está  associado à  forja  à  bigorna,  ao  uso  e  a  confecção    de  armas.
      É  o  Gun  associado  também   o  fogo, às  emanações  terrestres,  as  partes  mais quentes  da  terra,  isto  é,  interiores  da  terra,  de onde  emanam energias  capazes  de  auxiliar  o  homem   em  sua  caminhada.
      Gun   é o dono  da  tecnologia,  e  o  protetor  de  dos Ilês (casa)  de Candomblés.
      É  o  senhor  dos  caminhos.
      Gun   é também  representado  por  franjas  de  folhas  de  dendezeiros,  devidamente   desfiadas,  chamdas   de  MARÌWÒ.
     Esses  maríwòs,   pendurados  acima das  portas e  janelas  de uma  casa  ou  à entrada  dos  caminhos,  representam  proteção,  barreiras  contra  as  más influências.
     O  culto  de  Gun  é  bastante  difundido  no conjunto  dos  territórios   de língua   Iorubá,  e  em  certos paises  vizinhos,  Jejês,  como  o Ex-Daomé e o  Togo ou Dagun onde  é  chamado  de  GUN.
     Gun   é,  provavelmente,  o  deus  iorubá  mais  respeitado  e  temido.
     A  importância  de  Gun  vem   do  fato de  ser  ele  um  dos mais  antigos dos  deuses  iorubás  e,  também,  em virtude  da sua  ligação com  os  metais  e  aqueles  que o utilizam.  sem  sua  permissão   e  sua  proteção,  nenhum  dos  trabalhos   e  das  atividades  úteis  e  proveitosas  seriam  possíveis.   Ele  é,  então  e  sempre,  o  primeiro,  e  abre  o  caminho  para os outros Voduns.

                          OOGUNHEÊ!!!